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Preço do gás natural deve cair mais de 18% em 2023 e SCGás amplia oferta no Sul | Estela Benetti | NSC Total

todaysetembro 26, 2022

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O cenário para o gás natural em Santa Catarina melhorou devido a dois fatos novos. Um é que o preço do insumo deve cair mais de 18% no ano que vem, principalmente, em função da redução do preço do petróleo neste segundo semestre. E a região Sul do Estado passa a ter uma estrutura 77% maior para distribuição de gás em função de aquisição de capacidade em junho.

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As informações são do presidente da SCGás, Willian Lehmkuhl, e do diretor Técnico e Comercial da companhia, Tiago Cabral, que, em entrevista à coluna, destacam também a mudança recente na composição acionária, com a aquisição da participação da Petrobras pela Compass, do grupo Cosan.

Conforme o presidente, há uma perspectiva de redução da tarifa no ano que vem pela retração do preço do petróleo no mercado internacional, que chegou a US$ 120 este ano, mas agora está em torno de US$ 90.

O câmbio influência, mas um fator especial para Santa Catarina é que o nosso contrato vigente já tem uma fórmula de preço decrescente. A gente sai de um patamar de 17% do preço do petróleo tipo brent este ano para 14 no ano que vem. Na sequência, para 2024, esse 14 vai para aproximadamente 11 – explica LehmKuhl.

A expectativa, para 2023, é de redução superior a 18% depois da pressão altista deste ano em função da guerra na Ucrânia, que alterou preços no mundo. Apesar do último reajuste, em julho, o gás natural segue como opção energética vantajosa.

Os preços são menos competitivos temporariamente para o gás natural veicular (GNV) em função do corte de ICMS para os combustíveis. Segundo o diretor Tiago Cabral, a empresa estuda possibilidades de medidas para que o GNV tenha uma política de preços diferenciada ainda este ano, mas nada está definido ainda.

Mais gás ao setor cerâmico

Outra novidade relevante da SCGás foi a aquisição de estrutura para ampliar em 77% a oferta para a região Sul de Santa Catarina, visando atender a indústria cerâmica, que responde por 50% do consumo de gás natural no Estado (a indústria responde por 80% do total). Segundo Willian LehmKuhl, isso foi possível após negociações com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e também com a Sulgás, concessionária do Rio Grande do Sul.

Tecnicamente, por meio da colocação de compressores no Gasbol, será possível reter mais gás para o Sul de SC e, também, enviar mais para o Rio Grande do Sul, a partir do ano que vem. Assim, SC, que tinha uma oferta fixa pelo gasoduto da ordem de 2 milhões de metros cúbicos, passa a ter de 2,5 milhões a 2,6 milhões, podendo atender a demanda manifestada regionalmente.

Segundo o diretor Técnico, o mercado do Sul do Estado manifestou que tem maior demanda. Atualmente, a oferta de gás natural está satisfatória porque muitas empresas estão com estoques maiores devido à mudança na economia. Em momentos de pico de produção, no ano passado, o consumo de gás natural em SC chegou a 2,4 milhões de metros cúbicos, o que foi possível usando molécula disponível de outros mercados.

– O que a gente vê é que, provavelmente, a hora que ficar pronta toda essa parte de infraestrutura, mais essa demanda de mercado, que vai voltar porque são ciclos, vai casar muito bem para a gente ter essa demanda maior contratada – explica Tiago Cabral.

No contexto desse negócio, um fato novo também, segundo o presidente da SCGás, é que pela primeira fez está sendo possível adquirir infraestrutura e molécula em chamadas públicas diferenciadas. Isso permite mais liberdade às concessionárias de gás natural fazerem aquisições de moléculas.

Nova composição acionária

Com a aquisição da parcela da Petrobras na SCGás, a companhia catarinense ganhou uma nova acionista, a Commit, que é uma associação da japonesa Mitsui com a Compass, holding da Cosan para a área de gás e energia. Com essa mudança, aprovada há cerca de dois meses pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), as composições acionárias de diversas concessionárias de gás natural no país foram alteradas.

Em SC, a Mitsui ficou com 41% do capital da SCGás, a Commit com 41%, a Celesc com 17% e a Infragás 1%. Mas como a Mitsui detém 50% da Commit por associação com a Compass, ela passou a deter 61,5% do total do capital da SCGás.

Com essa mudança, houve também alteração na diretoria. O engenheiro mecânico Tiago Cabral, que antes atuou na Comgás, concessionária de São Paulo, assumiu a diretoria Técnica e Comercial da SCGás. Antes dessa nova função, ele atuou em diversas áreas da companhia paulista e também trabalhou período no exterior.

O diretor de Administração e Finanças da companhia também é novo. Fábio Norcio, administrador e empregado de carreira da SCGás, assumiu a função em meados do primeiro semestre deste ano.

A companhia segue o seu programa de investimentos, que é de R$ 655 milhões em cinco anos. Neste ano, estão sendo investidos R$ 100 milhões, mesma cifra de 2021. O principal destino dos recursos é para a construção do gasoduto até Lages, que deverá estar concluído em 2024. Com isso, SC passará de 70 para 86 municípios com oferta de gás natural.

A empresa também está ampliando de 140 para 176 postos com GNV. O plano também incluí expandir de 17.000 residências para 24 mil com uso de gás natural.

Colunista

Estela Benetti

Especialista na economia de Santa Catarina, traduz as decisões mais relevantes do mercado, faz análises e antecipa tendências que afetam a vida de empresários, governos e consumidores.

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Written by: admin

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