Os fundos imobiliários de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – foram os mais prejudicados nos últimos anos pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Em agosto, porém, a tão esperada retomada desses FIIs começou a dar sinais, com as carteiras registrando valorização média de 6%. Só o fundo RBR Properties (RBRP11), que investe em galpões logísticos e lajes corporativas, sobe quase 27%
O tema foi um dos destaques da edição desta terça-feira (16) do Liga de FIIs, que tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. O programa contou também com a participação de Felipe Sangalli, gerente de relações com investidores do Bresco Logística (BRCO11).
Na avaliação de Maria Fernanda, um conjunto de fatores explica a recente valorização dos FIIs de “tijolo”, que passa desde a deflação de julho até a sinalização do fim do ciclo de alta da taxa básica de juros da economia nacional a Selic.
No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,68%, ao mesmo tempo em que parte do mercado já considera que a Selic – atualmente em 13,75% ao ano – chegou ao topo ou deve ter um aumento residual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em setembro.
“Diante do cenário, a percepção dos investidores talvez seja a de que chegou o momento oportuno para começar a focar mais nos fundos de ‘tijolo’, que estão bastante descontados”, afirma Maria Fernanda.
Com a redução da circulação de pessoas durante a pandemia, alguns FIIs – como os de shoppings e o de escritórios – tiveram a receita reduzida e viram suas cotas perderem valor na Bolsa. A migração de investidores da renda variável para a renda fixa – mais rentável com a alta da Selic – também ajudaram a derrubar os papéis.
De acordo com relatório semanal do Itaú BBA, FIIs de lajes corporativas estão sendo negociados, em média, por 74% do valor patrimonial. Fundos de shoppings e escritórios também negociam entre 91% e 93% do valor justo, como sinaliza o indicador P/VPA médio (preço sobre valor patrimonial) do levantamento.
Na avaliação de Otuki, o ambiente para renda variável ficou mais amigável nas últimas semanas com as notícias relacionadas ao arrefecimento da inflação – mesmo que temporário – e a possibilidade do fim da elevação dos juros. A combinação acionou um gatilho nos investidores, aponta o economista.
“’Alguma coisa eu tenho de comprar para não ficar de fora’, devem pensar os investidores que até então estavam receosos com o cenário econômico”, sugere Otuki. “Esta eventual atitude explica também um pouco deste movimento nas últimas semanas”.
O Ifix – índice dos imobiliários mais negociados na B3 – acumula dez sessões seguidas de alta, com valorização acumulada de 3,6% em agosto. Só os FIIs de “tijolo” subiram, em média, 6,3%, de acordo com o Índice Teva de Fundos Imobiliários de Tijolo.
Frente ao nível de desconto verificado em muitos fundos, Sangalli, do Bresco Logística, lembra que a correção já era esperada, mas não em um nível tão rápido como tem acontecido.
“Quem entrou no último mês no mercado já teve bons resultados e o próprio Bresco Logística subiu mais de 6% no último mês”, destaca. “A questão é que o mercado, como sempre, se antecipa e o investidor que quer ter a possibilidade destes ganhos também tem de se antecipar”.
Entre as dez maiores altas do mês, nove são de fundos de “tijolo” e não há nenhum fundo de “papel” – que investem em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário. O RBR Properties (RBRP11) encabeça a lista das maiores altas de agosto, com retorno de quase 27%. Confira a relação completa.
Na edição de terça do Liga de FIIs, Sangalli falou também sobre os fundamentos do Bresco Logística, fundo mais recomendado pelos analistas nos últimos 12 meses. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.
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