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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizaram bots (robôs) para impulsionar seus candidatos no Twitter no primeiro dia de campanha. O uso da automação foi maior entre bolsonaristas: 50% dos retuites, contra 25% entre os apoiadores do petista. A prática não é permitida por lei.
O comportamento foi identificado pela ferramenta Pegabot, algoritmo desenvolvido pelo ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro), formado por pesquisadores de universidades como UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio) e MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Media Lab, que repassou o levantamento com exclusividade ao UOL.
A campanha começou oficialmente em 16 de agosto. Na ocasião, o Pegabot analisou no Twitter o comportamento das tags que tiveram destaque naquele dia: #Vote22Bolsonaro e #LulaPresidente13.
“Essas hashtags mobilizaram um volume relevante de compartilhamentos em um curto espaço de tempo”, diz o ITS-Rio sobre os bots.
Como funcionam os robôs e o que o Pegabot descobriu? Esses robôs funcionam retuitando de forma automática e em sequência posts de pessoas reais que utilizam uma determinada hashtag. Isso faz com que ela apareça em mais postagens, elevando seu desempenho no Twitter e figurando entre os assuntos mais comentado na rede social.
O instituto explica que, em média, um mesmo usuário mencionou até quatro vezes as hashtags #Vote22Bolsonaro e #LulaPresidente13. Para o levantamento, foram selecionados os usuários que publicaram pelo menos cinco vezes, “e analisamos a existência de comportamento automatizado entre eles usando o Pegabot”.
No primeiro dia de campanha, os bolsonaristas foram responsáveis por 53,5% dos 125,3 mil tuítes analisados, contra 46,5% de petistas. Parte da vantagem se deve à atuação de robôs, maior entre os partidários do presidente.
Qual foi a conclusão? A conclusão é que 49,8% dos 18.926 usuários bolsonaristas analisados “apresentaram probabilidade de comportamento automatizado com valor igual ou maior a 70%”, respondendo “pelo compartilhamento de 43.908 tuítes e retuítes, 65,4% do volume total de tuítes coletados [67,1 mil]”.
Entre os petistas, 24,7% dos 22.286 usuários avaliados apresentaram comportamento automatizado, compartilhando 26.816 tuítes e retuítes, ou 46% do total coletado [58,2 mil]”.
Alguns usuários chegaram a compartilhar tuítes e retuítes mais de 200 vezes.”
Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro
Um único robô bolsonarista chegou a realizar 434 publicações, enquanto um robô petista fez o mesmo 359 vezes.
Como o Pegabot encontra os robôs no Twitter? Responsável pelo departamento de Democracia e Mídias no ITS-Rio, Karina Santos conta que o instituto monitora hashtags diariamente, “identificando quais despontam de forma potencialmente suspeitas”, como foi o caso de #Vote22Bolsonaro e #LulaPresidente13.
“A velocidade de compartilhamento e o tipo de engajamento em torno de um tema indica uma possibilidade de comportamento inautêntico”, afirma. “O algoritmo analisa características do perfil, o tipo de engajamento na plataforma, linguagem utilizada na conta e a rede de seguidores ao redor do usuário.”
Por que o uso de robôs é perigoso? A especialista alerta que, nas redes sociais, a inteligência artificial sem transparência “pode ser usada para inflar um discurso específico, construir e espalhar narrativas, criar bolhas de conteúdo e disseminar desinformação”.
Vemos um forte uso de bots pra viralizar informações com o objetivo de enganar a opinião pública, falsificando uma sensação de importância e apoio. São utilizados para que um conteúdo pareça ter sido comentado por todos sem o ser, para descredibilizar determinadas personalidades ou enaltecer outras figuras.”
Karina Santos, do ITS-Rio
O que diz a lei? A lei eleitoral só permite que conteúdos sejam impulsionados nas redes sociais se o autor pagar para que a plataforma, como o Twitter, espalhe a informação. Neste caso, aparece o aviso de “conteúdo patrocinado”.
Já o uso de robôs é proibido, afirma o advogado especialista em direito público Roberto Piccelli, que cita a lei 9.504/97, alterada em 2017. Um dos trechos diz que que “Não é admitida a veiculação de conteúdos de cunho eleitoral mediante cadastro de usuário de aplicação de internet com a intenção de falsear identidade”.
Em outro, afirma que “é vedada a utilização de impulsionamento de conteúdos e ferramentas digitais não disponibilizadas pelo provedor da aplicação de internet”.
E se o responsável pelo robô for pego? O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) só interfere no assunto se receber alguma denúncia formal “de qualquer cidadão, incluindo dos adversários”, explica Piccelli, que estuda a relação entre Constituição e mídias digitais.
A lei prevê multa de R$ 5.000 a R$ 30 mil ao autor, caso identificado, e também ao candidato beneficiado “quando comprovado seu prévio conhecimento”. Já a rede social estará sujeita a multa apenas se descumprir ordem judicial para retirar o conteúdo do ar.
“Por mais que possamos supor que a iniciativa tenha partido de usuários sem o conhecimento da campanha, o uso de robôs fere a lógica do controle das despesas eleitorais”, diz o advogado. “Afinal de contas, é uma contribuição inoficiosa à campanha do candidato beneficiado, provavelmente de uma fonte ilícita.”
O que diz a campanha dos candidatos? Procuradas, as campanhas dos candidatos não responderam até a publicação desta reportagem.
Segundo o Twitter, ferramentas de terceiros que “acessam informações públicas das contas” colhem “dados muito limitados para essa análise”.
A plataforma afirma que “o TSE tem um canal direto e permanente de contato com o Twitter para discutir iniciativas, melhores práticas e ações necessárias para proteger a integridade das conversas sobre as eleições”.
“Este é um trabalho adicional à imposição regular e frequente de nossas regras, incluindo as para combater spam e manipulação da plataforma, e à detecção cada vez mais proativa de potenciais violações a elas”, diz.
Segundo dados divulgados recentemente pela plataforma, dos 238 milhões de perfis ativos na rede, 5% são automatizados. O dado é contestado pelo bilionário Elon Musk, que decidiu cancelar a compra da plataforma ao alegar falta de transparência do Twitter sobre perfis falsos.
Karina defende uma regulação ao estilo “follow the money”, expressão em inglês que significa seguir o dinheiro de quem financia essas campanhas coordenadas “porque o mercado da desinformação no Brasil é muito bem estruturado”.
“Em cenário eleitoral, esse uso pode ter um impacto direto na decisão de voto do eleitor, o que é muito preocupante.”
Written by: admin
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